segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Poesia Alberto Caeiro





O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia.  
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
 
O Tejo tem grandes navios 
E navega nele ainda,
 
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
 
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
  


 Alberto Caeiro












Rio Côa-Sabugal-Portugal











6 comentários:

  1. Aplaudo.Mas fazem-me sentir muito atrazado na aprendizagem da informática.Nessecito da vossa ajuda para recuperar o tempo perdido.

    ResponderEliminar
  2. Que paisagem tão linda!
    As Beiras guardam tesouros naturais entre os seus montes e vales que nos fascinam quando partimos à sua descoberta.

    ResponderEliminar
  3. Bela terra, bonito poema e grande orgulho do seu ALENTEJO. Parabéns por isso!

    ResponderEliminar
  4. Bela foto e melhor poesia.Não sabia que Alberto Caeiro é um heterónimo de Fernando Pessoa,obrigado por mo ter esclarecido na última aula.Não entendo a alusão,senão em liberdade poética, ao rio da sua aldeia,porque creio que o autor nasceu em Lisboa no Largo do S. Carlos

    ResponderEliminar